Biscoito

21 de Março de 2010

Ta, hoje eu entendi seu medo.

E num segundo antes do outro eu vi nos olhos de uma amiga tudo o que se foi com você.

Ela me dizia de uma paixão tão presente que eu senti o que em mim estava ausente.

Rima pobre.

E Hoje decidi não ser mais poeta.

Hoje me cansei de viver em palavras.

Eu quero a poesia da percepção do que acontece.

Quero a poesia instantânea que só deixa marcas nas lembranças e nas sensações que nos assombram e dão prazer em tempos inesperados.

Hoje no caminho de casa, mais uma vez as estações foram poucas e o trem rápido demais para quem escreve e a poesia não teve um fim.

Hoje, ao sair daquele trem, me sentei em um banco qualquer, como se esperasse o próximo, e quis escrever minha ultima frase de poema.

Hoje sentada nesse banco, lembro da lagrima que escorreu quando vi nos olhos de minha amiga o que me deixa vazia e cheia de você.

Hoje salivando, cruzando as pernas, apertando os dentes, contraindo minha bochechas, remoendo perspectivas, tentava por tudo não ver beleza em minha miséria.

Queria por tudo dar uma chance a alegria, queria vê-la bela.

E num segundo apos o outro, desisto de abandonar minhas letras.

Dou as minhas palavras uma chance mais de se rabiscarem, de serem alegrias belas...

A agonia da mocinha ao me Lado me faz curiosa.

Ela reclama a falta de atenção da amiga e vejo que todos somos biscoitos na prateleira.

Me voy!